segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Com o coração e a coragem.


Sobre a tarde de 11 de agosto de 2018.

Então aparece alguém para constelar, levado pela mão de um amigo.
Existem alguns “anjos da guarda”, pessoas que querem realmente auxiliar os outros e os levam a um grupo de constelação.
Esses “anjos da guarda” tem confiança grande nas constelações e, responsabilidade das responsabilidades, tem uma confiança grande no meu trabalho.
Procuro fazer por onde merecer, procuro levar a sério o conselho de Stephan Hausner, não ir além do que está autorizado pelo sistema, de perceber até onde posso seguir. Os que ultrapassam a linha têm adoecido. Quero ficar com minha saúde. Quero reconhecer e respeitar os limites, cada vez mais. Quero poder olhar sem expectativas e sem medo para os espaços que esses limites, quando bem observados, abrem com generosidade. É aí o lugar onde um movimento novo pode acontecer – ressignificando, arejando, mudando a direção.
Normalmente os anjos da guarda trazem pessoas em situações delicadas, algumas que carregam destinos pesados, emaranhados que na vida cotidiana resultam em dificuldades concretas.
Então chega esse alguém, levado pela mão de seu amigo “anjo da guarda” e constela.
Passa o tempo, a pessoa volta. Agora é ela quem veste a roupa de anjo e traz pela mão o próprio irmão que irá conhecer o trabalho. Esse não constela, olha, participa e se vai.
Passam mais alguns meses.
Novamente eles voltam. Vestidos de anjo, trazem a mãe, o pai e outros irmãos.
A mãe constela. Emerge a regra da hierarquia, tantas e tantas vezes violada em nome do amor. E o que hoje parece um inferno de vida, está ancorado em atitudes tão cegamente amorosas de uma infância com marcas e traumas. Lá, a violação da hierarquia significou a forma encontrada para equilibrar aquilo que não estava ali. Mas se o que faltou também não estava na geração anterior e, sensivelmente, não estava na que a antecedeu, como compensar? Como aliviar a necessidade de amor e contato?
Com os olhos abertos, essa familia permite que as imagens e os movimentos da constelação fluam para o coração. Os corações da mãe, do pai, que simplesmente se abriu para um entendimento que antes era impossível, dos filhos, que então se encontram com a simplicidade de uma verdade tão querida: o bem maior, a Vida.
Gratidão a vocês, do sábado passado! Que estavam presentes com o coração e a coragem.

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