Por Bert Hellinger
A Paz é: a reunificação do que estava em oposição. O
reconhecimento de ambos os lados de tudo o que previamente estava excluído. O
reconhecimento da dor de ambos os lados que foram feridos.
O que traz paz para alma: Que aqueles que previamente tinham um sentimento de serem superiores a outros, olhando para
eles como se fossem inferiores, ou como um inimigo, sejam reconhecidos como
iguais. Cada qual reconhecendo as qualidades especiais do outro; cada qual
dando e recebendo do outro. Isto permite a diversidade, assim como o ser único,
e propicia a ação coletiva.
O que nos leva à paz e à reconciliação nas nossas almas é o desenvolvimento
pessoal e a inclusão de tudo o que previamente tínhamos excluído ou tínhamos
menosprezado.
A paz começa na alma quando todos os aspectos que previamente eu neguei,
rechacei, julguei, lamentei, reprimi,projetei, possam ter um bom lugar e
descansar ao lado dos aspectos que eu aprovo em mim. Quando possam ser
amados por seus significados, por suas conseqüências e sua contribuição para o
meu crescimento.
Podemos alcançar a paz na nossa família quando encontrarmos um lugar na
nossa alma para cada integrante da nossa família, mesmo para aqueles que não
estão a altura dos padrões ou ideais da família.
Podemos contribuir para a paz em outras áreas quando respeitamos os
valores de todos os demais envolvidos, suas qualidades únicas, quem são, o que
conseguiram, e a sua contribuição ao todo. Isto requer que também respeitemos
suas culpas e que não ignoremos a responsabilidade das conseqüências de suas
culpas. Esta culpa, também
pertence à dignidade de cada indivíduo.
O que acontece se eu reconheço o outro, ainda que ele seja diferente,
como o meu igual, como um ser humano igual a mim?
O que acontece se eu olho, não somente para minha família, para meu grupo, para
meu país, para o que eu penso, para meu idioma, para meus ideais, mas também
olho para o dele ou dela, e reconheço que os outros, embora diferentes de mim,
são iguais a mim e merecem o mesmo respeito? O que acontece?
Renuncio a minha superioridade. A crença na minha própria superioridade, e dou
para o outro um lugar de igualdade no meu coração. Assim me torno rico, mais
humano, mas de alguma maneira perco a exclusividade do pertencimento ao meu próprio
grupo. Renuncio a algo da minha própria segurança e cresço.